Selva Amazônica III
Selva Amazónica III
Lugar onde servi em 1975 fazendo parte do Projeto RADAM, [que operou entre 1970 e 1985 dedicado à cobertura de diversas regiões do território brasileiro, (em especial a Amazônia), fazendo imagens aéreas de radar, captadas por avião. O uso do radar permitiu colher imagens da superfície, sob a densa cobertura de nuvens e florestas, com base na interpretação dessas imagens, foi realizado um amplo estudo integrado do meio físico e biótico das regiões abrangidas pelo projeto, que inclui textos analíticos e mapas temáticos sobre geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso potencial da terra e capacidade de uso dos recursos naturais renováveis, que até hoje é utilizado como referência nas propostas de zoneamento ecológico da Amazônia brasileira. A equipe que realizou este levantamento e todo o acervo técnico encontram-se, atualmente, incorporados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)], feito pelo Brasil estava levantando as riquezas da região.
Posso garantir que foi um projecto muito sério e científico… Um helicóptero da Força Aérea Brasileira ficava à disposição da equipa de cientistas que se revezavam mensalmente, Cedo partiam para um ponto na Selva, onde dois homens desciam em "rappel" e abriam uma clareira, de seguida o helicóptero trazia os técnicos que eram deixados lá por 2 dias. Quando retornavam passavam uma semana, cada um estudando um item: terra, folhas, raízes, formigas, etc.
Aquilo me intrigava e perguntei ao das formigas, o porquê!
Ele calmamente relatou que as formigas traziam nas patas restos…
Eu confesso que sumi!
A Amazônia é um TESOURO de piratas. Outro facto muito interessante: O rio Solimões é barrento, sujo, mas com muitos peixes. Este rio recebe esse nome devido aos povos que habitavam as suas margens e foram descritos pelos primeiros cronistas espanhóis e portugueses no século XVI. Em suas margens, entre os atuais municípios de Coari e Anamã, havia as tribos do Yurimáguas . Esses mesmos povos receberam diversas variações ao longo dos séculos e cada cronista os nomeava de forma diferente como: Joriman, Sorimões e Sorimão.
As derivações de Sorimão, Sorimões e Solimões vem da palavra Solimum do latim, em referência ao veneno utilizado nas pontas de flechas e dardos daqueles povos por ser uma das sociedades mais belicosas do rio Solimões, teve seu destaque nas pontas de flechas envenenadas, dando origem ao nome do rio.
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O Rio Negro tem águas cristalinas ao microscópio, mas com mínimas esponjas com a forma de cristais de gêlo, que dão a côr escura ao Rio. Mas elas são marrons! Imagine um copo com 1/2 dedo de café e completado com água límpida. É a cor da água. Em casa, eu tinha um filtro de 4 andares, com 3 velas filtrantes em cada. A água NÃO MUDAVA A CÔR!!! Minha filha com 2 anos na época,lá chegou com forte micose de praia em todo o corpo. Uma semana após, nada tinha… E aqui vai a obra do CRIADOR: todos os rios do Solimões e afluentes e os ao sul do Amazonas, são piscosos e BARRENTOS. Há muita doença (malária, leuchimaniose, etc); O Rio Negro, seus afluentes e os afluentes do Amazonas ao norte, são pouco piscosos e de água "preta". Não há doenças e NINGUÉM é barrigudo. Apenas no nascer e por do sol, há uma nuvem de mosquitinhos que dão uma picada muito ardida. Chama-se PIUM. E nós os chamávamos de PIUM, PIDOIS, PITRÊS, etc, conforme o ardido da picada, sem doenças. A Chuva é estilo regador. Você vê ela vindo, molha e se vai. Dói ao bater na gente, pois os pingos são grandes. O uso de guarda-chuvas é ridículo, pois só serve para dividir o pingão em pinguinhos. A temperatura escaldante e a chuva sempre é bem vinda. Nos 2 primeiros meses lá, eu "enchuguei" 25 kilos. Você toma banho e transpira e a água é quente por natureza. E sentimos a pele pegajosa. Poucos sabem e muito menosainda viram. Mas o Rio ORENOCO é ligado ao Rio NEGRO num lago onde a água brota do chão e vai para 2 direções! Em Brasília está a localidade de Águas Emendadas, onde um afluente do Amazonas nasce e outro da Bacia do Rio da Prata também nasce. E isto explicou o fato da eistência de peixes de um lugar em outro. Observem as fotos. É tudo gigantesco e maravilhoso. A cor das águas se encontrando, o Boto Cor-de-rosa de muitas lendas locais; "Diz a lenda que o Boto vive nas águas do Rio Amazonas. Durante o período de comemorações juninas, ao anoitecer, o boto se transforma em homem, porém seu furo das narinas permanece na cabeça. Para esconder isso ele usa um chapéu. Durante as festividades, ele seduz as moças solteiras levando-as para o fundo rio e em algumas vezes engravidando-as. Por isso quando algum estranho aparece de chapéu, costuma-se pedir para que ele retire-o, para conferirem se não é o Boto.
Os pescadores costumam respeitar o lendário golfinho rosa, pois dizem que ele ampara canoas em tempestades e salva pessoas que caem dos barcos."
Os Igapós
que são entradas na selva nas cheias dos rios e os Igarapés, que são pequenos rios afluentes, todo coberto de vegetação. O Pôr e Nascer do Sol, são deslumbrantes.
Exército, Marinha e Aeronáutica, vasculham e ocupam TUDO. O CIGS (Curso de Guerra na Selva) prepara Militares para a Amazônia. Manáus é uma cidade encantadora e difere de tudo que há. O Teatro Municipal é lindo e ao redor o chão é de borracha.
O Estádio de Futebol é fruto da Copa 2014. A variedade de animais silvestres é enorme e maravilhosos. E por fim, a mais incrível planta: Vtória Régia, capaz de tranquilamente suportar o peso de um adulto,
sem falar nos Cipós, pendurados em árvores gigantescas, que cortado fornece a mais límpida e saborosa água.
Texto de Sérgio de Campos.